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Selo Ç3 da Nega Lilu Editora abre catálogo para literatura digital

Assim como os e-books multimídia, os audiobooks (audiolivros) estão entre os novos produtos do mercado editorial mundial. Naturalmente, eles têm potencial inclusivo de leitores com deficiência visual e também surgem como alternativa para quem gosta da ideia de “ler” simultaneamente à execução de outras atividades, exatamente como se faz quando se ouve música ou as notícias no rádio.

Editoras que produzem e comercializam produtos digitais, no Brasil – como a pioneira Ubook, a Tocalivros e a Universidade Falada –, concordam que os e-books e audiolivros não oferecem concorrência direta para quem produz livros em formato físico. Pelo contrário, estimula o prazer pela leitura. Conteúdos de internet já vêm colaborando para um cenário que favoreça a formação de leitores, mas a qualidade ainda é um grande desafio.

Para o livro digital, o mercado brasileiro ainda é pequeno. Num país como o Brasil, que tem 207 milhões de habitantes (número potencial de leitores, portanto), o mercado digital corresponde a apenas 0,3% do faturamento que, em 2014, contabilizou aproximadamente R$5,4 bilhões (considerando a movimentação das 160 maiores editoras). No entanto, é imprescindível observar uma importante tendência: a venda de e-books saltou de 3,8 milhões de licenças (2012) para 12,7 milhões, em 2013.

Em 2013, a Amazon comprou a Audible, empresa de audiolivros, por US$ 300 milhões. E, nos EUA, os audiobooks começam a ressurgir. Hoje, estima-se que seja um mercado de cerca de R$ 1,2 bilhão. Uma pesquisa realizada pela Audio Publishers Association mostra que, de 2011 para 2012, seis milhões a mais de audiolivros foram vendidos. A esperança dos brasileiros é que o fenômeno se repita aqui.

Em Goiás, a obra poética de Cássia Fernandes, Abracadabras – crio enquanto falo está entre os primeiros livros digitais com função de audio. Com lançamento marcado para 12 de maio, em Goiânia, é com este título que a Nega Lilu Editora inaugura o selo Ç3, dedicado a literatura digital. Um jeito que estamos descobrindo de fortalecer ações de estímulo à leitura, dando mais um passo rumo à democratização de acesso à literatura brasileira no mundo. (Larissa Mundim, coordenadora editorial)

 

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