A Casa da Cultura Digital (GO) inicia o mapeamento de autores e autoras e pequenas editoras de todo o Brasil para a implantação da e-cêntrica, uma rede nacional de circulação da produção gráfica e literária independente. A pesquisa vai subsidiar ações que têm como objetivo colaborar para a ampliação da visibilidade do trabalho realizado em todo o país, com prioridade para regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O formulário online está disponível em http://goo.gl/forms/0rFMr2UEAQ
A iniciativa teve pré-lançamento em agosto do ano passado e as primeiras articulações ocorreram no interior de Goiás e em São Paulo, durante a Feira Plana 2016. A e-cêntrica já conta com o apoio da Nega Lilu Editora, Culturama, Diminuto e zeroum comunicação, agentes estratégicos envolvidos com qualificação profissional, produção gráfica e literária, formação de leitores, comunicação e novas tecnologias.
“O acesso a uma boa poeta do Acre, o contato com um romancista contemporâneo de Goiás continuam restritos, apesar dos avanços da inclusão digital e da democratização do acesso à informação”, exemplifica a jornalista e escritora Larissa Mundim, idealizadora da e-cêntrica. Segundo ela, a ideia surgiu a partir da observação de variáveis estratégicas: a necessidade de atualização dos modos de operação da cadeia produtiva e de reinvenção das práticas de mercado, a disponibilidade de trabalhos qualificados em todo o País, a dificuldade de escoamento da produção, o fortalecimento da atuação em rede.
Também teria motivado a criação da e-cêntrica um incômodo de quem vive e produz fora das regiões Sudeste e Sul do Brasil. “Reduzir a produção gráfica e literária relevante ao território de ocupação das maiores editoras, distribuidoras poderosas e grandes livrarias é estimular um prejuízo continental”, comenta Larissa Mundim.
Por isso, sem excluir profissionais que vivem e produzem nos estados onde a produção literária e gráfica têm mais fomento, a e-cêntrica dará prioridade à identificação e à promoção de autores e autoras historicamente invisibilizados por atuarem fora dos grandes centros mercadológicos. “Excêntrica é a pessoa que desvia ou se afasta do centro, ou que não tem o mesmo centro, tem seus próprios modos, características fora dos padrões sociais vigentes na sociedade em que vive”, lembra a dirigente da Casa da Cultura Digital.
Mapeamento
A primeira etapa de trabalhos da e-cêntrica prevê a identificação de autores e autoras independentes e pequenas editoras espalhadas pelo Brasil. A pesquisa busca conhecimento do perfil desses agentes e de sua produção atual, bem como o entendimento de sua forma de operação (local e regional), identificando também outras iniciativas preocupadas com a circulação alternativa do produto de qualidade.
Com o apoio da Lei Goyazes de incentivo à Cultura, a e-cêntrica será implantada por meio de plataforma virtual, no primeiro semestre de 2017. De acordo com Larissa Mundim, nesta segunda fase do plano, a ideia é consolidar a articulação em rede da comunidade identificada pela pesquisa, mantendo foco na qualificação profissional, promoção e circulação. “Com o apoio de inúmeros parceiros, a e-cêntrica tem a ambição de se tornar uma vitrine verdadeiramente representativa da produção brasileira no território literário e gráfico independente”, revela.
Mais info: www.facebook.com.br/ecentrica