A poeta Dairan Lima lança seu primeiro livro, Vermelho, um conjunto de poemas contemporâneos de personalidade marcante, escritos ao longo de 25 anos. O sarau que traz a público seu trabalho literário está marcado para a próxima quinta (9/6), às 20 horas, no Evoé Café, em Goiânia.
Publicado pelo selo literário Pantheon da Nega Lilu Editora, com apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura da Prefeitura de Goiânia, a obra registra a saga amorosa de uma autora-personagem. Composto por 37 poemas, o livro está dividido em cinco partes: O cio e a espera, O encontro, A partida e a saudade, A saudade e a memória, A saudade e o delírio, O assentamento.
“Vermelho traz uma exposição dilacerante de humanidades”, comenta Dairan Lima. Segundo a autora, sua escrita também foi inspirada na observação secundária do cotidiano e da sociedade livre de preconceitos, criando ambiência para a entrega à paixão. “É isso que dá sentido à vida e que nos rouba a razão”, diz.
No prefácio, o jovem poeta Walacy Neto se refere ao livro como “interrogação bem antiga por dentro, uma dúvida grávida pensando no aborto”. Isso porque, apesar de atuante na cena literária goiana desde a década de 1980, apesar de acumular premiações diversas e participações em antologias, Dairan é uma das últimas poetas de sua geração a publicar sua própria obra.
“Os amigos Yêda Schmaltz e Carlos Sena Passos me motivaram muito, queriam me convencer de que eu era uma escritora, mas tudo tem sua hora”, lembra. O tempo passou e Vermelho acabou se tornando também uma oportunidade de homenagem a estes incentivadores, ambos falecidos. É de autoria da poeta [Yêda Schmaltz] a epígrafe do livro, que é dedicado ao artista visual e professor [Carlos Sena Passos].
O livro
Os livros publicados pelo Selo Pantheon são de pequeno porte (formato bolso/bolsa) e têm como desafio surpreender o leitor a partir de seu projeto gráfico-editorial. Sendo assim, a temperatura dos escritos de Dairan Lima fica explícita no revestimento de tecido vermelho encarnado. No prefácio, Walacy Neto pontual: “Aqui a tonalidade ultrapassa a cor e se vale do nível de voz, quase um grito”.
Com tiragem de 1.000 exemplares, a capa foi impressa em serigrafia, bem como a ilustração de guarda, de autoria do artista Marlan Cotrim que, originalmente, é um desenho com costura. A obra também intitulada Vermelho estará exposta, na noite de lançamento.
Intervenção
Além do sarau especial que dá as boas-vindas a Vermelho, a programação da quinta (9/5) também prevê a abertura do circuito de intervenções Love me again do artista Marlan Cotrim. Em consonância com a temática do trabalho literário de Dairan Lima, esta ação assinada pelo Coletivo e/ou consiste em circular pela cidade um lençol bordado pelo artista. O registro fotográfico narrativo de intensa afetividade será realizado pelo artista visual, arquiteto e urbanista, Alejandro Zenha.